Como o velho ditado: “o dinheiro não aguenta desaforo nem por um centavo”. Pois é… assim nos resta se atentar sobre a importância financeira e seus impactos na gestão do condomínio.
Mesmo sendo nosso, o dinheiro requer atenção e sabedoria em como utilizá-lo. Mas, quando falamos de um dinheiro que é dos outros, tudo dobra nos requisitos acima. Por isso, temos que ter cuidado na gestão financeira do condomínio. E, qualquer cuidado é pouco!
A cada início de ano, devemos fazer um orçamento anual para o condomínio, conforme exigência legal Código Civil (Art. 1.348, parágrafo VI). “Elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano”.
Para isso, o art. 1.350 prevê ainda que o/a síndico/a deverá convocar anualmente uma assembleia para aprovar a previsão orçamentária. Então, não espere e muito menos não infrinja a lei, deixando o condomínio à deriva.
Lembre-se ainda que, o orçamento anual deve ser acompanhado mensalmente para saber se o que foi orçado está de acordo com o realizado no que se refere a receitas e despesas.
Para evitar qualquer situação indesejada é importante que o condomínio tenha um fundo de reserva e se o condomínio não tem, fica sem dinheiro para emergências e isso é um erro grave.
Ter um fundo de reserva é uma boa prática na gestão condominial, além de estar previsto em muitas convenções. Por isso, é importante que o conselho e os condôminos tenham conhecimento do que estabelece a convenção do empreendimento e acompanhem se a arrecadação está sendo feita bem como os saldos no balancete mensal. Também, se o valor do fundo de reserva está sendo usado para emergências reais e deve ser recomposto. Agora, se este dinheiro está sendo mal empregado, alguma coisa está errada. E isso deve ser investigado pelo conselho, com a ajuda dos condôminos ou até mesmo de uma auditoria independente.
A falta do fundo de reserva no condomínio se alguma emergência acontecer, o síndico/a ou a administradora deve convocar uma assembleia para que seja aprovado um rateio extra entre os condôminos para cobrir a despesa. E cai entre nós, rateios extras não são bem vistos e nem muito bem aceito pelos condôminos, afinal, ninguém quer desembolsar um valor que não estava previsto e pode comprometer o orçamento particular das pessoas e sua família. Em termos gerais, o fundo de reserva é formado pela arrecadação entre 5% a 10% sobre o valor da cota ordinária e isso, deve estar estipulado na convenção do condomínio.
Outra situação que precisa de uma gestão eficiente é a inadimplência dos condôminos. É um dos problemas que o/a síndico/a deve resolver. A falta de pagamento da taxa condominial afeta o orçamento do condomínio e isso impacta na manutenção das contas ordinárias. Neste sentido, quando não se consegue controlar a inadimplência, o gestor deve estabelecer métodos de cobrança efetivos e reverter esse débito. A melhor saída para esta situação seria de forma extrajudicial com apresentação de possibilidades para sanar a dívida.
Ainda sobre a gestão financeira do condomínio, um dos principais cuidados é controlar as contas, pois só assim se garante o funcionamento do empreendimento. Dessa forma, em qualquer sinal de descontrole, o gestor deve pedir apoio à administradora e ao conselho. As contas devem ser analisadas cuidadosamente, detectar o que está causando o desequilíbrio e montar um plano de ação para reverter a situação.
Se for o caso, o/a síndico/a deve convocar uma assembleia para mostrar todas as contas e apresentar uma proposta de uma nova previsão orçamentária condizente com a atual realidade do condomínio. Caso o descontrole permaneça mesmo após o plano de ação colocado em prática ou ajuste na cota condominial a partir da previsão orçamentária atualizada, talvez seja a hora de repensar na troca de administradora ou de síndico/a – quem sabe contratar um síndico/a profissional? Afinal, é essencial manter as contas em dia e organizadas.
Por isso, de nada adianta ter controles financeiros eficientes, relatórios detalhados, balancetes com planos de contas bem estruturados e claros se o/a síndico/a não sabe interpretar o que esses números estão mostrando.
Ademais, precisa ter atenção na gestão de salários, fornecedores, as concessionárias de água, luz e fornecimento de gás, além de outras despesas que impactam no condomínio.
Para finalizar, uma estratégia para a gestão financeira dar certo, é manter uma boa comunicação sobre as finanças com os condôminos, sempre de forma clara, objetiva e transparente.
Fonte: Sindiconet